1 Ouve, ó Deus, a minha súplica;
atende à minha oração.
2 Desde os confins da terra clamo por ti,
no abatimento do meu coração.
Leva-me para a rocha que é alta demais para mim;
3 pois tu me tens sido refúgio
e torre forte contra o inimigo.
4 Assista eu no teu tabernáculo, para sempre;
no esconderijo das tuas asas, eu me abrigo.
5 Pois ouviste, ó Deus, os meus votos
e me deste a herança dos que temem o teu nome.
6 Dias sobre dias acrescentas ao rei;
duram os seus anos gerações após gerações.
7 Permaneça para sempre diante de Deus;
concede-lhe que a bondade e a fidelidade o preservem.
8 Assim, salmodiarei o teu nome para sempre,
para cumprir, dia após dia, os meus votos. (Salmos 61.1-8)
Há alguns anos, um filme muito esperado estreou nos cinemas: “Homem-Aranha – Longe de Casa”. Nesse filme, o jovem herói, Peter Parker, viaja com sua turma da escola para a Europa (Veneza, Paris e Londres), onde precisa enfrentar ameaças e lidar com sentimentos conflitantes. Estar longe de casa – junto a todos os sentimentos, questionamentos e ações condizentes – certamente é uma realidade também fora da ficção.
Provavelmente você já tenha passado algum período longe de casa: em alguma viagem, aguardando a reforma terminar, ou até mesmo hospitalizado. É possível também que mesmo dentro do ambiente familiar você já tenha se sentido distante e sozinho. Além de situações assim, sentir-se distante de Deus é uma das experiências que teremos de enfrentar, eventualmente. Seja qual for a circunstância, sentir-se distante gera desconforto, angústia, abatimento e insegurança.
De que maneira você já se sentiu distante, que o fez sentir-se triste, abatido e inseguro? É inevitável que passemos por momentos assim, mesmo na vida cristã.
O rei Davi, autor do salmo 61, certamente passou por inúmeras ocasiões dessa natureza. Não sabemos o contexto do salmo, mas sabemos o que estava no coração de Davi, através das palavras desse salmo. O que devemos fazer em momentos assim?
Em primeiro lugar, vemos que Davi orou ao Senhor, suplicando ao único que poderia supri-lo (1-5). Davi, mesmo sendo rei, colocou-se de forma humilde e de total dependência de Deus: ele clamou, expressou seu abatimento, declarou que somente em Deus poderia encontrar uma rocha segura o suficiente, e que ele era seu refúgio e proteção. Seja qual for a circunstância você viva ou esteja passando, não será a ausência dela que te fará ser suprido com o que de fato precisa. De forma poética e com metáforas, Davi expressou em oração que ele precisava do Senhor e de estar na presença dele, para que encontrasse o mais perfeito refúgio e abrigo. É disso que você também precisa!
Em segundo lugar, vemos a expectativa daquele que encontra seu refúgio em Deus (6-8). Mais que encontrar conforto pessoal, saúde e ausência de dificuldades, a esperança sempre estará nas promessas de Deus. O versículo 6 fala sobre dias serem acrescentados ao rei, que nos remetem à aliança que Deus fez a Davi (2Sm 7), sobre o Rei descendente de Davi, cujo reinado não teria fim. A esperança dos que vivem na presença de Deus e encontram nele refúgio não está nesse mundo e em nenhuma circunstância que se tenha expectativa, mas sim nas promessas que Deus fez e nos foram registradas na Palavra de Deus. Somente pela bondade e fidelidade de Deus, lembrando de suas promessas, você poderá ter um genuíno compromisso piedoso, como Davi: “salmodiarei o teu nome para sempre, para cumprir, dia após dia, os meus votos” (Sl 61.8).
Que as circunstâncias do cotidiano te façam lembrar que somente em Deus e na presença dele você pode ter esperança. E que, ao buscá-lo e encontrá-lo regularmente, você esteja cada vez mais firmado na Rocha que nunca poderia alcançar: Cristo!
Rev. Timóteo Klein Cardoso
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